domingo, 31 de julho de 2011

Touca eletromagnética no tratamento de câncer cerebral

Fonte: Revista Galileu

Em breve, os americanos portadores do mais comum e agressivo câncer cerebral, o glioblastoma multiforme, ganharão uma nova chance de tratamento, sem os efeitos colaterais da quimioterapia. O FDA aprovou uma touca que promete atacar a doença, que afeta 200 mil pessoas no mundo por ano. É o primeiro tratamento baseado na estimulação elétrica do cérebro, feita com eletrodos que recebem impulsos de um gerador portátil. A eletricidade inibe a multiplicação das células doentes e ajuda a conter o avanço do tumor. A explicação é que o campo elétrico interfere na distribuição e atuação de moléculas importantes na divisão das células cancerosas, que se multiplicam rapidamente. “As células normais se renovam muito lentamente e não são afetadas”, diz o chefe da oncologia clínica do Hospital São José-Beneficência Portuguesa de São Paulo, Fernando Maluf. Os impulsos são semelhantes aos produzidos pelo corpo, em nervos e músculos, e não chegam a dar um choque.

Desenvolvido pelo biofísico Yoram Palti, do Instituto de Tecnologia de Israel, o aparelho já foi testado em 237 pacientes em 28 centros de oncologia na Europa e Estados Unidos. Deu a esses portadores da doença, todos com câncer reincidente, uma sobrevida média de 6 meses, como a quimioterapia. A vantagem é diminuir bastante efeitos colaterais como diarreia, infecções e distúrbios sanguíneos. Só não resolveu a queda de cabelos. Para usar a touca, o usuário precisa raspar a cabeça, além de usar o acessório 24h. O maior problema é o preço: US$ 10 mil mensais, mas Palti acredita que se tornará popular. “Espero que se estabeleça como uma alternativa para quem tem a doença”.


Info: A estimulação eletromagnética tem sido estudada e aplicada também para casos de depressão grave, Doença de Parkinson, Acidente Vascular Encefálico, entre outras neuropsicológicas. Apesar de não curar o câncer cerebral o métodos visa, além de aumentar o período de sobrevida, melhorar a qualidade de vida dos pacientes nos últimos meses, diminuindo outros sintomas.

segunda-feira, 30 de maio de 2011

Fluoxetina associada à Fisioterapia melhora recuperação motora de pacientes após Acidente Vascular Encefálico

Fonte: The Lancet Neurology, Feb 2011. 10(2):123-130

Em um estudo francês, publicado em 2011, foi observado que a Fluoxetina, utilizado como medicamento antidepressivo, melhorou a recuperação dos movimentos de pacientes na fase aguda após um acidente vascular encefálico (AVE). Nesta pesquisa, com boa qualidade metodológica, foram tratados 118 pacientes (entre 18 e 85 anos) de diversos centros franceses de atendimento ao AVE. Os pacientes foram avaliados pela escala de atividade motora Fugl-Meyer, que dá uma pontuação conforme a capacidade motora do indivíduo. Estes pacientes sofreram um AVE isquêmico e apresentavam pontuação na escala de 55 ou menos.

Os pacientes foram separados em dois grupos, um recebeu Fluoxetina (20 mg/dia) e o outro medicação placebo. Todos realizaram fisioterapia motora para estimular a recuperação dos movimentos. O tratamento iniciou entre o 5 a 10 dia após o AVE, e durou 3 meses.
Os pesquisadores verificaram que a pontuação média aumentou 34 pontos no grupo com fluoxetina e 24 pontos no grupo controle (placebo). Esta diferença é importante na capacidade motora dos pacientes visto que menos que 50 pontos indicam um comprometimento motor severo; 50-84 um comprometimento marcante; 85-95 moderado; e 96-99 acometimento leve.


A fluoxetina altera a química cerebral, promovendo um maior tempo de ação do neurotransmissor serotonina, responsável por modular diversas funções no organismo como a fome, o sono e a sensação de bem-estar. É importante lembrar que todo medicamento deve ser prescrito pelo médico, devido as diversas interações entre os fármacos que o paciente toma e os efeitos colaterais que podem ocorrer pelo uso inadequado.
Apesar dos uso promissor deste medicamento para uma melhor recuperação motora dos pacientes após o AVE, deve-se considerar que este estudo avaliou os efeitos na fase aguda após a doença. Em pacientes crônicos, após 6-12 meses do AVE, as possibilidade de ganhos motores são menores.

segunda-feira, 14 de março de 2011

CFM prepara ordem para não reanimar pacientes incuráveis

Fonte: Folha de S. Paulo - Cláudia Collucci (21/02/2011)

O Conselho Federal de Medicina prepara uma resolução autorizando os médicos a não reanimar pacientes incuráveis e em estado terminal que sofram uma parada cardiorrespiratória. A ONR (Ordem de Não Reanimar) deve constar no prontuário do paciente e precisa do aval do doente ou da sua família. Nos EUA, a mesma orientação é chamada de DNR (Do Not Resuscitate). A expectativa é que a resolução seja votada em breve.

"Há muitos pacientes terminais nas UTIs e nas enfermarias dos hospitais. Se sofrem uma parada cardiorrespiratória, não têm indicação de ser reanimados. Mas, como isso não está escrito no prontuário, a equipe médica ainda tem receio", diz Roberto D'Ávila, presidente do CFM. A nova resolução é um complemento à ortotanásia - não prolongar a vida de doentes terminais, sem chances de cura. O procedimento tem respaldo na Justiça Federal. Também tramita no Congresso um projeto de lei que regulamentará a prática. Isso já acontece em hospitais onde há equipes de cuidados paliativos.

"Escrever no prontuário o prognóstico do doente, a previsão de morte, os procedimento que devem ou não ser feitos dá mais segurança ao médico e à família", diz Maria Goretti Maciel, médica da equipe de Cuidados Paliativos do Hospital Samaritano. Mas ainda há locais onde a ordem de não-reanimar é velada e conhecida como SPP ("Se parar, parou"). " Isso é pejorativo, uma crença infundada que vai mudar com a nova resolução".

RELATO DE CASO:
Decisão em Família

Durante quatro anos, o jovem Jeferson Felipe Françoso, 23, de Guarulhos (SP), lutou contra uma doença crônica incurável e uma infecção que devastaram os seus pulmões.

Quando ele já estava entubado na UTI, respirando por aparelhos, sua mãe, Lúcia Helena Françoso, com apoio da família, autorizou que os médicos não o reanimassem caso ele sofresse uma parada cardiorrespiratória.

No último dia 4, às 20h48, o coração de Felipe parou. Morreu na presença da mãe e da avó.

Depoimento

Meu filho começou a ficar doente aos 16 anos, logo depois que o pai morreu, de câncer no reto.

Sofria pneumonias seguidas e, aos 19, descobrimos que era fibrose cística [doença genética que pode causar infecção crônica]. Ele também tinha uma bactéria resistente [Mycobacterium abscessus] nos pulmões.

Durante seis meses, o Fê ficou com um cateter por onde recebia os antibióticos para combater a bactéria.

Por causa dos remédios, perdeu a audição. Isso o deixou desanimado com o tratamento. Não tinha melhora dos sintomas e também não podia estudar, jogar bola.

Ele começou a faculdade de administração e um curso de desenho, mas não conseguiu terminá-los. Eram antibióticos, inalações, injeções de enzimas diárias e mesmo assim as crises de tosse e de falta de ar não davam trégua. Ele sentia falta de ar até para tomar banho.

Em agosto de 2010, o Fê começou a piorar. Pesava 44 kg e media 1,80 m. Passava 20 dias no hospital e uma semana em casa.

Foi quando começamos a ser acompanhados pela equipe de cuidados paliativos do Samaritano.

O Fê precisava ganhar peso para entrar na fila do transplante de pulmão. Foi colocada uma sonda no estômago para ele receber suplementos alimentares. Mas ele sabia que não ia sarar, que a doença era incurável.

SEM REMÉDIO

O Fê passou a conversar mais comigo e com a tia [Dulce Machado]. Numa das últimas conversas, ele disse para a tia que não tinha medo da morte porque já não havia mais prazer algum na vida.

Mas eu não deixava o ambiente ficar triste em casa. Ele dizia: "Mãe, como é que você consegue ainda me fazer rir". E eu dizia: "Mãe é assim mesmo. Mãe chora, mãe é palhaça, mãe é boba.'

No Natal passado, eu já pressentia que seria o último do meu filho. Foi uma festa linda. Ele ganhou uma camiseta do São Paulo, que era o time que ele tinha paixão.

Na última internação, em 3 de janeiro, a médica explicou que os antibióticos não faziam mais efeito.

Quando ela saiu do quarto, o Fê disse: "Mãe, não tem remédio para mim mais..." Aí ele chorou muito. Viu que era o ponto final da medicina. Eu peguei na mãozinha dele e disse: "Filho, agora é só Deus. Se ele achar que pode fazer um milagre, vamos confiar".

Eu não chorava perto dele porque ele não gostava. Dizia: "Mãe, se você não ficar forte, o que vai ser de mim?". Eu sofria por dentro, sem demonstrar. Só chorava longe.

No dia 19 de janeiro, comemoramos o aniversário dele no hospital. Vieram os primos, as médicas, as enfermeiras. Ele ficou tão feliz! Comemoramos também o fato dele ter atingido 50,5 kg, que era o peso mínimo para entrar na fila de transplante.

Mas, com o passar dos dias, o desconforto respiratório foi piorando. Ele sentia muita dor, que só era controlada com morfina a cada quatro horas. No dia 26 de janeiro, foi transferido para a UTI semi-intensiva. Já não conseguia mais falar direito.

Ficava com a máscara de oxigênio o tempo todo. Conversando com a irmã, Jéssica, ele voltou a dizer que não tinha medo da morte, que estava em paz. Ele até brincou: "Vou ficar bem, vocês é que vão sofrer um pouquinho".

No dia 27, à tarde, soube que o Fê teria de ser entubado [respirador artificial] porque a máscara de oxigênio já não dava mais conta do desconforto respiratório. Os médicos queriam dar mais uma chance para o organismo reagir, pois a infecção pulmonar estava sem controle.

Foi um choque para mim. Eu sabia que aquele momento iria chegar, mas não esperava que fosse tão rápido. Quando o Fê soube, chorou.

Eu segurei a mão dele e disse: "Filho, não fique com medo. Eu vou ficar bem, a sua irmã vai ficar bem". Ele estava assustado, mas só perguntou se iria continuar dormindo, se não sentiria dor. Aquele olhar assustado foi a nossa despedida.

Em seguida, ele foi sedado. A esperança era que, em 72 horas, a infecção fosse controlada. Mas isso não aconteceu. O antibiótico não fazia mais efeito.

ATÉ O ÚLTIMO MINUTO


Na segunda, dia 31 de janeiro, tomamos uma decisão em família: não reanimá-lo caso o coração dele parasse.

A proposta era dar o conforto necessário para ele não sofrer. A equipe médica iria aumentando a morfina e a sedação. Eu concordei. Vi meu filho sofrer tanto nesses últimos anos que eu não suportava prorrogar mais isso.

Foi de coração que eu entreguei ele para Deus. Fiquei até o último minuto ao lado dele, dizendo: "Filho, estou aqui. Se você quiser partir comigo aqui do teu lado, pode partir. Se você acordar, eu também estarei aqui".

Eu sabia que o Fê tinha uma briguinha com Deus por causa da morte do pai e por causa da sua doença. Na UTI, com ele inconsciente, eu dizia: "Filho, fala para Deus tirar você desse sofrimento". E falava para Deus: "Se for para trazer meu filho de volta, traga ele inteiro. Se não for, eu te dou de presente um anjo".

No dia 4 de fevereiro, ele quase não tinha mais pulsação. Olhei para o monitor, e os batimentos cardíacos estavam em 35 [o normal é de 60 a 100 batimentos por minuto]. Fiquei segurando a mão dele, beijando-o até o coração parar de vez. Doeu muito e ainda dói, mas me sinto com dever cumprido. Agora me sinto em paz.

sábado, 5 de fevereiro de 2011

Exercício moderado na prevenção de Câncer

Fonte: Organização Mundial de Saúde (Media Centre: 4 Fev 2011)

Segundo a OMS, fazer 150 minutos por semana de atividade física de moderada intensidade pode reduzir o risco de câncer de mama e de cólon. Ou seja, são 30 minutos 5 vezes por semana, ou 50 minutos 3 vezes por semana, de corrida leve, natação, ciclismo, dança ou outras atividades semelhantes. Estas atividades são recomendadas para adultos acima de 18 anos.Segundo Dr. Ala Alwan, diretor geral de Doenças Não-Transmissíveis e Saúde Mentado da OMS, "A inatividade física é o quarto fator de risco de todas as mortes ao redor do mundo, atrás de agravantes como cigarro, obesidade e pressão alta. Acredita-se que 31% da população mundial não é fisicamente ativa".
(Opinião: pessoalmente eu acho que a porcentagem é muito maior, levando em consideração as pessoas que com quem eu convivo, incluindo eu mesmo).

É importante lembrar que não é qualquer atividade física. Por exemplo, a musculação, caminhadas de baixa intensidade e aulas de alongamento não são consideradas atividade de moderada intensidade. Cada uma delas tem seus objetivo, e sim, são importantes na busca da saúde, mas para saber se você está realizando uma atividade aeróbica de moderada intensidade pode fazer os seguintes testes:
- Teste da Conversa: Nesta condição, enquanto você realiza um exercício que aumente a frequência cardíaca e faz você suar, mas você ainda mantém a capacidade de conversar durante o exercício. Nas atividade de alta intensidade, você perde esta capacidade. É um método subjetivo, logo não é totalmente seguro e confiável, mas dá para ser utilizado no dia-a-dia;
- Porcentagem da Frequência Cardíaca Máxima: Uma atividade de intensidade moderada atinge 65 a 80% da frequência cardíaca máxima. Para descobrir a sua, pode ser realizado um teste ergométrico com um profissional da saúde ou, de forma mais empírica, utilizar a fórmula FCmod= 206,9 - (0,67 x idade). Por exemplo, uma pessoa com 30 anos, a frequência máxima seria 186 batimentos por minuto (bpm), a intensidade de treino seria de 120 a 148 bpm.

A inatividade física, além de favorecer a ocorrência desses tipos de câncer, também favorece doenças cardiovasculares e diabetes. Estas doenças estão entre as principais causas de morte nos países desenvolvidos, e vêm crescendo nos países em desenvolvimento, como o Brasil.

Para aumentar a realização de atividade física na população é necessário, além de muito esforço individual, investimento social na conscientização da população e na estrutura de lazer.

Ao redor do mundo, o câncer de pulmão, causados principalmente pelo uso do tabaco, é o que mais mata, seguido dos câncer de mama, estômago, fígado e coloretal (intestino baixo). A maior parte das mortes ocorrem em países menos desenvolvidos e, sem prevenção, a tendência é aumentar a ocorrência desta doenças.

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Salto alto prejudica circulação sanguínea

Fonte: Agência Estado - 17/08/2010
Nem a plataforma passou no teste de salto amigo da saúde. Pelo contrário: de acordo com uma pesquisa do Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto, vinculado à Universidade de Paulo (USP), ela é o tipo de calçado que mais prejudica a circulação sanguínea na panturrilha. Para os pesquisadores, o uso cotidiano do sapato de salto é um fator de risco para o surgimento de varizes e de outras doenças venosas, como flebites e tromboses.

Trinta mulheres com idade entre 20 e 35 anos, todas com índice de massa corporal adequado e clinicamente saudáveis, sem problemas venosos, foram submetidas a exames sobre o impacto dos saltos na circulação sanguínea. Para isso foram testadas quatro situações: salto agulha com 7 cm, plataforma com a mesma altura, salto de 3,5 cm e sem salto (descalças).

Segundo o cirurgião vascular Wagner Tedeschi Filho, coordenador da pesquisa, quanto maior o salto, maior a limitação de ação da panturrilha. "A panturrilha é o coração da perna. O sangue, rico em oxigênio e nutrientes, desce para as pernas pelas artérias e retorna pelas veias, com detritos e gás carbônico, com a ajuda da panturrilha", afirma o médico. "A capacidade (da panturrilha) fica debilitada com o uso do salto alto", completa.

O sangue venoso "acaba represado nas pernas", explica o médico Newton de Barros Júnior, do Departamento de Doenças Venosas da Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular. O ideal, segundo os especialistas, é que o volume residual venoso - que mede a quantidade de sangue não bombeado das pernas para o tórax - não passe de 35%. No caso do salto do tipo plataforma, por exemplo, o estudo da USP apontou um volume residual de 59% - com o agulha, 56%; com o salto de 3,5 cm, 49% de resíduo. Apenas descalças as pacientes atingiram o índice desejado.

"Inchaço, dores, presença de vasinhos e sensação de peso são sintomas dos problemas de circulação", diz Tedeschi Filho. Os especialistas ressaltam que o salto alto é um fator de risco, mas não a origem dos problemas circulatórios. "Usar salto alto não é uma doença. Pode agravar sintomas, mas não tem implicações clínicas", explica o cirurgião vascular do Hospital Israelita Albert Einstein, Ricardo Aun.


OPINIÃO: O uso do salto alto só se torna um problemas para as mulheres quando utilizados de forma contínua e intensa. Algumas pessoas o utilizam todos os dias, o dia inteiro. Além dos distúrbios circulatórios, o uso contínuo causa o encurtamento dos músculos da panturrilha, que leva a alterações na postura que podem ocasionar dores nas pernas e nas costas. Além disso, pode causar calejamentoe e dores nas articulações dos dedos do pé. E tudo isto pode ser agravado para aquelas que estão com uns quilinhos a mais, tem mais de 50 anos ou não praticam atividade física.



"O equilíbrio da vida começa pelos pés".

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Ferramentas eletrônicas interativas para a Fisioterapia


Há vários anos busca-se utilizar ferramentas eletrônicas, principalmente computadores, para estimular a atividade motora. Em geral, eram jogos simples, pouco desafiadores, cheios de fios e caros. A maior parte eram ferramentas experimentais que dificilmente era acessível, como o protótipo MIT-Manus.

Desenvolvido no MIT (Massachusetts Institute of Technology) para pacientes com sequelas motoras, principalmente resultante de acidente vascular encefálico.

Tudo ia meio devagar até que surge então, em 2006, o Wii. O novo console da Nintendo que trouxe como inovação um controle dinâmico.
Até o momento, video-games eram "esporte de sedentários". Com o Wii, permite-se uma movimentação corporal ampla, que estimula o gasto calórico, a coordenação motora, o equilíbrio e a interatividade com o ambiente virtual.


Além da inovação do modo de jogar, o preço do console é relativamente acessível, em torno de 250 dólares, bem abaixo dos consoles dos concorrentes, como o Playstation e o Xbox, que ainda investiam em controles "digitais". Como isso, o Wii explodiu em vendas no Japão, Estados Unidos e Europa, e manteve alta vendagem até mesmo com a crise de 2009. Chegou a faltar o aparelho em alguns períodos.

A principal crítica sobre o Wii era que seu desempenho era menor que o da concorrência, principalmente na questão gráfica. Mas como vantagem, o Wii possibilitou que mesmo pessoas que nunca tinham jogado video-game pudessem participar dos jogos, principalmente através do jogo Wii Sports. Com esportes de regras já conhecidas do público adulto, principalmente nos países desenvolvidos, como golfe, boliche, basebol, etc., e com comandos mais simples, possibilitou maior interatividade e interesse do público nos jogos interativos.

Logo surgiram pesquisas indicando sua potencialidade para o uso terapêutico para pacientes hemiparéticos, idoso institucionais, crianças em UTIs, pós-cirúrgico de lesão em membros inferiores, etc. Este uso terapêutico apareceu com diversos nomes, como Wiitherapy e Wiirehabilitation.
No Brasil, as primeiras experiências foram relatadas na Universidade Cidade de São Paulo (UNICID), que recebeu uma boa divulgação da mídia.

Em 2010, a Sony (desenvolvedora do Playstation 3) e a Microsoft (XBox) fizeram o lançamento de suas plataformas interativas, 3 anos depois do Wii.
O controle de interatividade do PlayStation Move, é semelhante ao Wii, com controles manuais e sensores de movimento.
O sistema do Xbox Kinect (previamente conhecido com Projeto Natal), é baseado em sensores de movimentos, e detecta o próprio corpo do jogador como ferramenta de jogo sem o uso de controles manuais. O Kinect também possui um sistema de reconhecimento de imagem e voz de forma inteligente, e divide o corpo humano em 48 pontos, identificados em tempo real, e reconhece o corpo todo no espaço.



A disseminação de novas tecnologias interativas permitem estimular a movimentação do paciente, mas dificilmente conseguem alcançar resultados além dos esperados de um bom tratamento de fisioterapia. Ou seja, estes jogos possibilitam nova formas de treinamento e servem com estímulo a terapia, mas não necessariamente dão resultados além das possibilidades de retorno motor.

Certamente, surgirão novas ferramentas e diversos cursos demonstrando como utilizar estes jogos na Fisioterapia, mas sugiro que, ao invés de fazer um curso, compre um Game e aprenda a utilizar jogando. Os jogos são de fácil assimilação e basta aplicar a cinesioterapia sobre os movimentos do jogo conforme os resultados pretendidos.