sábado, 16 de março de 2013

Diabetes e Pesticidas

Fonte: Jean Remy Davée Guimarães. Ciência Hoje On-line: 15/03/2013
          Plataforma Transgénicos Fora (http://stopogm.net)

A crescente incidência de males como câncer, problemas hormonais e reprodutivos e a relação com o uso de pesticidas é cada vez mais clara. Novos estudos têm apontado uma incômoda conexão que poderia explicar, ao menos parcialmente, as proporções a diabetes vem assumindo em escala global.
Um estudo de Arrebola e colaboradores, da Universidade de Granada, Espanha, publicado no periódico Environmental Research (vol.122) verificou que os pacientes com contaminantes originados de pesticidas tinham 4x mais probabilidade de ter diabetes tipo 2. A equipe dosou resíduos de diversos pesticidas no tecido adiposo de 386 pacientes adultos em dois hospitais locais.

A relação direta observada entre os níveis de poluentes orgânicos persistentes e o desenvolvimento de diabetes era independente da idade, sexo ou peso corporal do paciente. Segundo os pesquisadores, o acúmulo desses poluentes na gordura corporal poderia explicar por que os obesos têm maior facilidade de desenvolver diabetes. Não se sabe ao certo o mecanismo envolvido, mas os autores sugerem que os pesticidas provocam uma reação imunológica em receptores de estrogênio envolvidos no metabolismo dos açúcares.
Kit diabetes
      
As autoridades de saúde estimam que, em 2030, cerca de 4,5% da população mundial será diabética. Atualmente, cerca de 346 milhões de pessoas sofrem da doença e gera, além do sofrimento, e um elevado custo social para o seu tratamento. Além do tratamento medicamentoso, com glicemia e outros medicamentos, pessoas diabéticas precisam manter uma atividade física contínua para facilitar o controle da glicemia do sangue. 

Um relatório publicado pelo Departamento de Agricultura americano mostram que oficialmente houve um aumento significativo do uso de pesticidas, resultante em grande medida do fato de que estão aparecendo cada vez mais infestantes resistentes aos herbicidas aplicados na agricultura, mesmo em plantações transgênicas. Para o milho, soja e algodão transgênicos ocorreu um aumento de consumo de 144 mil toneladas de herbicida nos 13 anos desde que se iniciou o seu cultivo nos Estados Unidos. Em média (dados de 2008), as culturas transgénicas obrigaram a um uso de mais 26% quilos de pesticida por hectare do que as culturas não-transgénicas.

No momento, até a definição de mais estudos, os produtos atualmente disponíveis com menos contaminantes são os chamados "alimentos orgânicos" certificados, as hortas particulares e as lavouras que realizam o controle biológico de pragas.


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