Fonte: The Lancet Neurology, Feb 2011. 10(2):123-130
Em um estudo francês, publicado em 2011, foi observado que a Fluoxetina, utilizado como medicamento antidepressivo, melhorou a recuperação dos movimentos de pacientes na fase aguda após um acidente vascular encefálico (AVE). Nesta pesquisa, com boa qualidade metodológica, foram tratados 118 pacientes (entre 18 e 85 anos) de diversos centros franceses de atendimento ao AVE. Os pacientes foram avaliados pela escala de atividade motora Fugl-Meyer, que dá uma pontuação conforme a capacidade motora do indivíduo. Estes pacientes sofreram um AVE isquêmico e apresentavam pontuação na escala de 55 ou menos.
Os pacientes foram separados em dois grupos, um recebeu Fluoxetina (20 mg/dia) e o outro medicação placebo. Todos realizaram fisioterapia motora para estimular a recuperação dos movimentos. O tratamento iniciou entre o 5 a 10 dia após o AVE, e durou 3 meses.
Os pesquisadores verificaram que a pontuação média aumentou 34 pontos no grupo com fluoxetina e 24 pontos no grupo controle (placebo). Esta diferença é importante na capacidade motora dos pacientes visto que menos que 50 pontos indicam um comprometimento motor severo; 50-84 um comprometimento marcante; 85-95 moderado; e 96-99 acometimento leve.
A fluoxetina altera a química cerebral, promovendo um maior tempo de ação do neurotransmissor serotonina, responsável por modular diversas funções no organismo como a fome, o sono e a sensação de bem-estar. É importante lembrar que todo medicamento deve ser prescrito pelo médico, devido as diversas interações entre os fármacos que o paciente toma e os efeitos colaterais que podem ocorrer pelo uso inadequado.
Apesar dos uso promissor deste medicamento para uma melhor recuperação motora dos pacientes após o AVE, deve-se considerar que este estudo avaliou os efeitos na fase aguda após a doença. Em pacientes crônicos, após 6-12 meses do AVE, as possibilidade de ganhos motores são menores.
segunda-feira, 30 de maio de 2011
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